Os indivíduos que ultrapassaram os períodos de treinamento básico, adaptativo, específico 1 e 2, e que cumpriram uma jornada de aproximadamente seis a oito meses de trabalhos evolutivos podem ser considerados alunos “avançados”.
Entre seis e doze meses de treinos já obtivemos um perfil inicial bastante satisfatório, sobre o desenvolvimento da força e hipertrofia muscular. Devemos ter sempre em mente que apesar de um ano de treinamentos ter sido executado, não é o suficiente para que seja atingida as maiores performances pessoais.
A partir do período de treinamento acima descrito, ter transcorrido de maneira evolutiva, necessitamos dar continuidade aos trabalhos, para que as maiores performances sejam atingidas. Mesmo o indivíduo não sendo atleta competidor, precisa de um treino mais apurado e acompanhamento constante, após na fases iniciais terem sido vencidas.
Segundo os padrões de cientistas e treinadores soviéticos, há uma necessidade de que seja estimulado um período de pelo menos quatro anos (lei dos quatro anos) de treinamento ininterrupto e progressivo, para podermos dar um aporte realmente específico ou especializado ao treinamento de força máxima.
Observa-se na prática, que realmente começamos a atingir limites extraordinários de performance física, exatamente após a aplicação da lei dos quatro anos. Por razões óbvias faz-se necessário adotar o termo “alunos avançados”, exatamente para aqueles indivíduos que cumpriram treinos, por período de tempo igual ou superior ao acima transcrito.
As séries de exercícios nas fases específicas para alunos avançados, já estão direcionadas ao aperfeiçoamento das qualidades físicas inerentes aos trabalhos contra resistência (força máxima, força explosiva, força dinâmica, resistência de força etc). O desenvolvimento muscular máximo e o equilíbrio nas proporções das estruturas corporais, tornam-se a base obrigatória nas seqüências selecionadas ou prescritas de exercícios.
Na atualidade há uma valorização estética extrema, a qual tomou um rumo de predominância sobre a saúde. Treinar apenas objetivando fins estéticos é um grave erro e um perigo, por estimular comumente a treinamentos que vão além das potencialidades individuais.
A pressa em atingir resultados extremos em curtíssimo espaço de tempo, esta colocando a segundo plano os princípios do treinamento desportivo, esta atitude cria as condições necessárias para atingir lesões que podem afastar permanentemente o indivíduo da prática esportiva.
O equilíbrio no treinamento das qualidades físicas responsáveis pela manutenção e desenvolvimento saudável dos aspectos cardíacos e pulmonares, quando combinados com a força e hipertrofia musculares, traduzem a essência da educação física consciente e moderna.
Ainda é motivo de longas discussões e questionamentos a chamada série ou seqüência ideal. Se há uma possível série ideal ou melhor que as demais, provavelmente estamos longe de conseguirmos identifica-la, Fleck & Kraemer; 1999. As opções de manipulações no treinamento são tantas possíveis, que é bastante exaustivo e requer um tempo prolongado, para que as combinações sejam estudadas e aprofundadas para sabermos os reais efeitos sobre o organismo.
Um detalhe importante relacionado com as manipulações no treinamento, situa-se na resposta de cada indivíduo ao treinamento a ele aplicado. Sabemos com certeza que as maiores performances não podem ser atingidas utilizando-se apenas uma forma de treino, Weineck; 1986, assim como cada indivíduo reage de forma diferente do outro, mesmo quando da aplicação da mesma forma de treino.
Pelo motivo acima exposto todos os profissionais da educação física, devem criar as condições ideais de controle, na aplicação variada e permanente das técnicas e uso das formas ou sistemas e métodos de treinamento individualmente quer seja no personal training ou na academia comum.
Temos em mãos na atualidade a disponibilidade de mais de 50 formas de aplicações de sobrecargas. Não há justificativa plausível para a utilização de apenas um ou outro sistema de treinamento.
O sucesso nos resultados de nosso trabalho, esta exatamente na variação das formas de aplicação de sobrecargas, que ao longo dos anos estarão acumulando melhorias sobre melhorias, compensação sobre compensação.
As fases dos treinamentos devem ser sobrepostas, criando sempre um degrau para a próxima subida. Nunca devemos estimular treinamentos sem uma sólida base anterior. Os treinos não podem ser os mesmos por mais de quatro a seis semanas. Após este período há um platô atingido e a característica posterior a este é a queda no rendimento adquirido. Comumente o organismo comporta-se da seguinte forma:
A. ascensão do rendimento
B. estabilização ou acomodação do rendimento
C. queda de rendimento
A visualização na estabilização do treino por meio de avaliação permanente, e a antecipação da queda no rendimento, são situações fundamentais para o sucesso dos treinamentos.
Para que os objetivos traçados no plano geral de treinamento, não sofram interferências indesejáveis ou situações imprevistas, que não podem ser controladas após serem instaladas, faz-se necessário o acompanhamento total e pleno do profissional.
Para que não sejamos tomados por elementos surpresa negativos sobre a performance, nunca deixe de fazer uso das fichas para anotações das interferências dos treinos, porque só assim o controle pleno sobre os nossos educandos será instalado.
Tenha sempre em mente que quanto menos treinado ou condicionado o aluno, qualquer treinamento a ele aplicado surtirá efeitos positivos e de maneira muito rápida. Quanto maior e mais próximo do limite genético de condicionamento físico individual, maior a dificuldade em evoluir e maior a necessidade de especialização das seqüências de exercícios.
A especialização na formulação das séries e a periodização para a manipulação das fases de treinamento, são imprescindíveis para quebrar o estado de acomodação das cargas que surgem após quatro a seis semanas de trabalho.
A reestruturação das seqüências de exercícios é motivadora psíquica e fisicamente. Por este motivo deve ser controlada e modificada periodicamente ou sempre que houver um estado de desânimo ou pouca vontade em treinar.
Exercícios novos, máquinas novas, ordem de execução, cargas variadas, formas de aplicação de cargas mistas, são um bom exemplo de possíveis modificações do treino. Tente colocar em prática a criatividade ao máximo, porém o cuidado com os princípios do treinamento desportivos nunca devem ser ultrapassados. As bases fisiológicas devem estar sempre presente nos programas que objetivam melhorias sobre a performance.
Os aspectos relacionados à nutrição e restauração orgânica, passam a ter cada vez mais importância no decorrer do caminho em busca da treinabilidade máxima. O auxilio de profissionais de áreas correlatas ao treinamento desportivo, passam a ter um caráter tão importante quanto as séries especializadas.
Quem não objetiva grandes evoluções na performance inicialmente, com o passar do tempo em treino, começa a mudar o conceito primário e inicia a busca por algo mais expressivo. Encontramos pessoas que humildemente começam a treinar sem objetivos centrados em grandes resultados e acabam tornando-se atletas.
A única resposta que possuímos para transmitir aos nossos educandos, é a certeza de que, caso o treinamento que organizamos e controlamos cientificamente e com bom senso, se for realizado com seriedade, sem faltas e com afinco, produzirão modificações positivas que transformarão a própria vida.
O profissional que não possui domínio para controlar os treinamentos com seriedade e competência, deve buscar auxílio nos livros, artigos e nos profissionais disponíveis no mercado de trabalho. Não é vergonha alguma, procurar respostas. Vergonhoso é manter-se isolado e possivelmente, retardando a evolução física ou mesmo prejudicando um semelhante.
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